São Paulo, 14/05/2018 – O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta segunda-feira, 14, em parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares (FAZP), uma novidade que vai auxiliar muitos estudantes negros a entrarem no mercado de trabalho: uma plataforma virtual que conta com o apoio do ministério na qual os alunos cotistas poderão se inscrever e disponibilizar os currículos para se candidatarem a cursos, vagas de estágio e emprego que as empresas vão oferecer por meio da ferramenta. “Lá, nós temos jovens formados pelo ProUni, incluisive, muitos com pós-graduação. São talentos que estão à disposição de todos os parceiros para virem buscá-los e serem contratados efetivamente”, destacou o ministro da Educação, Rossieli Soares.

 

A apresentação ocorreu durante um evento promovido pela FAZP no Memorial da América Latina, na Barra Funda, em São Paulo, no decorrer da aula magna, cuja cerimônia, intitulada “Reflexão – 130 Anos da Abolição da Escravatura”, celebrou o fim da escravidão, abolida oficialmente no Brasil há 130 anos através da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, e comemorada ontem.A ferramenta já está em operação e, no momento, conta com 1.925 currículos cadastrados. Os estudantes interessados em disponibilizar suas informações e conferir as áreas que desejam trabalhar ou estagiar, bem como as vagas disponíveis pelas empresas parceiras, podem acessar o endereço eletrônico http://cotain.afrobras.org.br.

 

O reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente, destacou que a parceria com o MEC será importante para diversificar o banco de talentos da instituição. “É um passo importantíssimo, pois essa plataforma, além de recepcionar currículos, está pronta para fazer as qualificações tanto para os concursos públicos, carreiras jurídicas, língua inglesa e também habilidades sócio emocionais e educação financeira. Teremos capacidade de qualificar esses jovens para um segmento ou um grupo de parceiros para ingressar no mercado de trabalho”, comemorou.

 

Aumento – No evento, Rossieli Soares defendeu uma maior participação de estudantes negros e indígenas nas universidades brasileiras. Ele afirmou que avanços já foram obtidos, mas que ainda há desafios a serem enfrentados na promoção da igualdade em todo o Brasil e que é preciso fazer mais.

 

De acordo com o ministro, o MEC tem desenvolvido ações, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), para a promoção do acesso e da permanência de negros e indígenas nas universidades como, por exemplo, o fomento à criação e à execução de cursos nas Instituições de Ensino Superior (IES), além da realização de pesquisas e publicação de livros e outros materiais didáticos e pedagógicos sobre a temática da diversidade étnico-racial.

 

“Estes programas e ações têm provocado o aumento das presenças negra e indígena na Educação Superior, contribuindo para a sua expansão, ação proposta no PNE (2014-2024), e a redução das desigualdades socioeconômicas, ainda associadas aos negros no Brasil. Esta maior presença de coletivos sociais e indivíduos historicamente excluídos dos espaços formais de educação e, principalmente, das universidades, tem ajudado a construir novas narrativas de autoria e protagonismo na sociedade brasileira”, avaliou Rossieli.

 

Apesar dos avanços no plano das leis, o ministro destacou que o reconhecimento dos direitos é uma etapa recente na história das políticas públicas brasileiras, mas que é preciso avançar mais. “Eu sou muito defensor da inclusão. É importante que ela não ocorra simplesmente para colocar dentro da universidade ou dentro da escola pública, mas que ela ocorra verdadeiramente. Então temos muito ainda o que alcançar”, pontuou.

Para Rossieli, não se pode deixar de reconhecer os avanços em ações como a ampliação de vagas públicas, a criação de novas universidades, a interiorização das IES públicas, o fortalecimento da rede federal de educação tecnológica, a implementação de novas políticas de financiamento estudantil, o estímulo à modalidade de ensino à distância, o FIES, o Prouni, a Lei de Cotas, o Programa Bolsa Permanência e o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Indígenas. “Neste futuro que estamos construindo hoje, as heranças da escravidão devem ser deixadas no passado, buscando construir um país menos desigual e socialmente mais justo”, reforçou.

 

A diretora de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-raciais do MEC, Rita Potiguara, explicou que o sistema de cotas tem apresentado resultados positivos, mas que é preciso identificar em que condições esses cotistas se formam. Ela citou, inclusive, iniciativas que serão desenvolvidas pela FAZP e que receberá apoio do MEC.

 

“Uma delas é uma pesquisa desenvolvida por um grupo de universidades a respeito da trajetória de estudantes cotistas nas universidades. Dizem que eles são os que mais abandonam os cursos e os que mais são reprovados. As pesquisas têm demonstrado que não. Além disso, a gente quer identificar se esses cotistas estudam e trabalham, quais as condições de permanência eles têm na universidade para se manterem e se conseguem entrar no mercado de trabalho quando se formam”, ressaltou.

Prêmio – O evento, que contou com a presença de docentes, alunos e membros da reitoria da faculdade, representantes da causa negra no Brasil, empresários, executivos e políticos, também premiou pessoas que têm contribuído com os valores de respeito à diferença, tolerância e igualdade de oportunidades, colaborando para a elevação moral, social e inserção socioeconômica, cultural e educacional dos negros brasileiros. O ministro Rossieli Soares foi um dos agraciados com a Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro.

** Assessoria de Comunicação Social do MEC

 

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